terça-feira, 10 de junho de 2008

Com fins lucrativos

Marcar uma consulta médica antes de uma reunião contando com um bom trânsito para chegar na hora certa, nos dias de hoje, parece loucura. Os índices de congestionamentos divulgados dia-a-dia pelos jornais parecem crescer em progressão aritmética. Assim como a quantidade de propostas para solucionar o problema.

Políticos e urbanistas especulam a possibilidade de aumentar a quantidade de transportes públicos e estender o período do rodízio - proibição da circulação de parte da frota a cada dia baseada no revezamento pelo número da placa. Dessa maneira visam diminuir a quantidade de automóveis nos horários em que o trânsito é mais intenso. Mas a solução para o problema está não em adaptar o transporte e sim em promover uma ocupação urbana racional.

Diariamente, milhares de paulistanos atravessam a cidade, principalmente da zona leste para o centro, para chegar em seus empregos. A viabilização que o metrô oferece de chegar em locais distantes rapidamente faz com que a população estabeleça-se na periferia, onde há poucos empregos mas o custo de vida é mais baixo, apenas porque conta com o próprio metrô para chegar ao centro.

O gasto que se tem para sustentar este ciclo, com certeza seria suficiente para promover grandes reformas na estruturação da cidade e geração de empregos próximos para os moradores da periferia. Se a pessoas trabalhassem perto de casa, o carro deixaria de ser fundamental e o trânsito tornar-se-ia muito mais funcional.

Todavia, o aumento da produção de automóveis é comemorado. A população está à mercê de carreiras políticas e as soluções viáveis contrariam interesses econômicos. Só conseguiremos ver uma luz no fim do túnel quando deixarmos de sonhar com uma medida mágica a curto prazo e houver integração entre população e governo (e entre os governos municipais, estaduais e federal) para buscar uma reforma nos nossos hábitos.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Mal desnecessário

É comum, quando o assunto é a preservação do meio ambiente, ouvir de empresários, alguns políticos e até amigos próximos que a exploração da natureza é um mal necessário para se alcançar o desenvolvimento. Entretanto, cientistas preocupados com o futuro, já divulgaram que se esta exploração se der de forma desordenada, como vem ocorrendo, as fontes de substâncias que são vitais ao ser humano, como água e oxigênio, podem desaparecer. Por isso, para se alcançar o desenvolvimento, é necessário que haja equilíbrio entre extrativismo e preservação.

A idéia de que o desenvolvimento não compactua com a preservação começa errada no conceito de desenvolvimento. O avanço individual de parte de um sistema, porém, não sem que haja prejuízo às demais partes, pode ser entendido com um crescimento relativo, não como desenvolvimento. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que calcula o nível de desenvolvimento de cada nação, por exemplo, representa uma média da avaliação de diversos aspectos (expectativa de vida, mortalidade infantil, entre outros), que devem crescer simultaneamente.

Uma alternativa que tem-se buscado atualmente para o avanço sem depredação é a criação de projetos sustentáveis. Isto é, projetos que evitam causar impactos ao meio ambiente desde o seu planejamento, buscando matérias-primas alternativas, até sua utilização, de maneira que não polua a natureza.

O desenvolvimento pressupõe a evolução conjunta e ordenada do todo, o cultivo de valores e se dá mutuamente com a preservação. Assim, para que o ser humano se desenvolva individual e coletivamente, é ilógico pensar que é possível viver visando apenas o lucro sem pensar na preservação dos meios que o sustentam.

5 de Junho - Dia do Meio Ambiente

domingo, 1 de junho de 2008

Orientais a frente.

China proíbe a distribuição de sacolas plásticas e consumi-
dores passam a levar suas próprias bolsas para não pagar por sacola. Segundo o governo, medida foi tomada para reduzir a poluição ambiental.



O que vc acha de levar sua própria sacola ao supermercado?

(a)
brega

(b) bobeira
(c) um "saco"

Mas pra que duas [dúzias de] sacolas de plástico a mais no mundo a cada ida às compras?


Mais uma atitude inerente à cultura consumista que faz parte de nossa educação e sobre a qual ao menos refletimos, apenas aceitamos como natural.


Compramos e jogamos fora.

Compramos e jogamos fora.
Compramos e jogamos fora.

De onde vem? Pra onde vai?
Que me importa?

...


Veja uma comparação entre sacolas de papel e de plástico. A melhor é "nenhuma". Leve a sua.

Clica que aumenta

quinta-feira, 29 de maio de 2008

"Não preciso de modelos. Não preciso
de heróis. Eu tenho meus amigos."

Deturpações

“Os meus amigos todos estão procurando emprego” diz a letra composta na década de oitenta por Renato Russo. E, quase trinta anos depois, os meus também estão. Ninguém lhes perguntou se eles gostariam de fazer poesia ou ter um emprego. Mas trabalhar deixou de ser um meio ou uma causa, passou a ser conseqüência de existir.

Seria possível então, enquanto vivermos sob a doutrina do capitalismo, desaparecer o trabalho? A tendência mais provável, é que sofra mutações, até perder totalmente o sentido. E então, como alguns prevêem, todas as funções serão, de fato, realizadas por máquinas automáticas: os homens.

Ora, estaremos então, 120 anos após a abolição, condenados a nos tornar escravos de nós mesmos seguindo uma receita que não tem dado certo? Ou devemos experimentar seguir o exemplo de Michelangelo e investir o nosso tempo, o nosso trabalho, em algo que nos faça sentir realizado mesmo que seja um grande bloco de mármore?

quarta-feira, 28 de maio de 2008


Quando nasci, na minha rua tinha um campo de futebol enorme,
um parque com um lago de frente pra minha janela e um imenso
campo de eucalíptos do outro lado da Rod. Bandeirantes.

Construíram 4 prédios no lugar do campo, mais um que fica
bem na janela do meu quarto tampando a visão do lago.
E os eucalíptos acabaram de ser todos derrubados
para a construção de um cemitério.

Tinha sobrado um pedacinho de terra mas hoje apareceu
um trator escavando aqui...

"Parem o mundo que quero descer!"