Políticos e urbanistas especulam a possibilidade de aumentar a quantidade de transportes públicos e estender o período do rodízio - proibição da circulação de parte da frota a cada dia baseada no revezamento pelo número da placa. Dessa maneira visam diminuir a quantidade de automóveis nos horários em que o trânsito é mais intenso. Mas a solução para o problema está não em adaptar o transporte e sim em promover uma ocupação urbana racional.
Diariamente, milhares de paulistanos atravessam a cidade, principalmente da zona leste para o centro, para chegar em seus empregos. A viabilização que o metrô oferece de chegar em locais distantes rapidamente faz com que a população estabeleça-se na periferia, onde há poucos empregos mas o custo de vida é mais baixo, apenas porque conta com o próprio metrô para chegar ao centro.
O gasto que se tem para sustentar este ciclo, com certeza seria suficiente para promover grandes reformas na estruturação da cidade e geração de empregos próximos para os moradores da periferia. Se a pessoas trabalhassem perto de casa, o carro deixaria de ser fundamental e o trânsito tornar-se-ia muito mais funcional.
Todavia, o aumento da produção de automóveis é comemorado. A população está à mercê de carreiras políticas e as soluções viáveis contrariam interesses econômicos. Só conseguiremos ver uma luz no fim do túnel quando deixarmos de sonhar com uma medida mágica a curto prazo e houver integração entre população e governo (e entre os governos municipais, estaduais e federal) para buscar uma reforma nos nossos hábitos.
