
Faz tempo que estou querendo voltar a escrever no blog. Ao entrar na faculdade descobri que como se não bastasse ser um bom aluno, também é preciso ser um bom pesquisador e realizar atividades de extensão. Tudo isso somado às minhas responsabilidades pré-existentes de ser filho, neto, irmão, amigo, cidadão, faz com que sobre pouco tempo para ser eu.
Entretanto, curiosamente (como a vida é), desde o primeiro dia na faculdade senti uma necessidade avassaladora de escrever. Há muito material humano na Universidade que desperta a minha ânsia por gritar. (se a carapuça servir, não faça alarde, fique quieto porque talvez eu nem estivesse me referindo a você). E agora, passados 17 meses, acho que estou preparado para dar conta de mais esta tarefa.
Não foi por acaso que a disposição e a intuição coincidiram em mim hoje, tornando possível sentar e digitar. Hoje, 2 de Julho de 2010 - o dia em que a seleção brasileira de futebol foi eliminada da COPA do mundo pela seleção holandesa - me pareceu o dia ideal para exercer o meu direito ao grito (não o grito de comemoração que dei ao saber o resultado do jogo; o grito metafórico).
Mas como um atleta que se recupera de uma lesão, não pretendo me forçar muito no meu retorno ao exercício de gritar. Deve ser de forma gradual. Só gostaria de dizer que me senti muito bem ao observar as bandeiras serem tiradas das janelas hoje, pois essa atitude confirmou a minha suspeita de que aqueles que me acusam de não ser patriota são menos patriotas ainda, alem de hipócritas. E o que mais me incomoda não é o ser ou não patriota, mas a hipocrisia.
Eu continuo sendo tão patriota quanto eu era, mesmo depois do jogo. E os jogadores continuando sendo tão ricos. Já os Srs. Patriotas da Copa entraram em recesso; guardaram a camisa amarela. Agora eles voltarão a acompanhar o campeonato brasileiro para, no dia seguinte, ter um motivo para sacanear o colega de trabalho ou de escola, e terão de aguardar mais 4 anos para ter um motivo para sacanear a Argentina, digo, para serem patriotas.